Uma história de constantes superações

O parto de Adriana atrasou 24 horas. Quando ela nasceu estava roxa, não se mexia e nem chorava. Os médicos diziam que ela não sobreviveria ou ficaria em estado vegetativo. Lizete seguiu cuidando do bebê e, sempre antes de dormir, lia histórias para a filha. Aos três anos Adriana apontou para o livro querendo que a mãe o lesse. Foi aí que Lizete percebeu que Adriana realmente entendia tudo o que ocorria ao seu redor.

É também a partir daí que ela começou a inventar códigos para se comunicar. Quando queria comer, fazia pequenos movimentos com os lábios. Com o tempo, começou a fazer associações com objetos, gestos, que pudessem mostrar para a mãe o que ela queria.

CÓDIGOS - “Uma vez ela pediu comida, perguntei se era doce ou salgada. Era salgada. Então ela começou a puxar com a mãozinha o canto do olho. Eu estranhei, perguntei se ela queria fazer olho de japonês e ela fez que sim. Então eu pensei comida, salgada e japonês. Era pastel que ela queria, por que eu sempre a levava para comer na pastelaria de um japonês”, conta Lizete.

Muitas vezes era difícil saber o que Adriana queria, mas os códigos demonstraram a inteligência e a capacidade da menina.

Aos quatro anos a mãe resolveu alfabetizar a filha. Começou a ensinar as vogais e passou para o alfabeto, que Adriana memorizou rapidamente. Passou então a ensinar as sílabas e usava figurinhas, que a filha apontava com o pezinho. Era Adriana mesmo quem pedia toda tarde pelas aulas, não era uma coisa forçada, lembra Lizete, dizendo que era como se ela tivesse uma sede muito grande de aprender.